segunda-feira, 17 de abril de 2017

A LIÇÃO DO CARVALHO...bela história









Era um velho carvalho no meio de uma grande floresta. Há alguns anos, uma enorme tempestade o deixara quebrado e feio. Jamais conseguira se reerguer, como as demais árvores.
Quando a primavera chegava, o adornava de flores novas e verdes e o outono tomava o cuidado de pintá-las todas de cor avermelhada.
Mas os ventos inclementes sopravam e levavam todas as folhas e nada mais podia disfarçar a sua feiura.
A árvore foi se sentindo esquecida, abandonada, sem utilidade. E um enorme vazio tomou conta dela.
Quando o vento do outono passou por ali, ela se lamentou: "ninguém mais me quer. Não sirvo para nada. Sou um velho inútil".
Mais alguns dias se passaram e, na proximidade do inverno, um pica-pau sentou-se em seu tronco e começou a bicá-lo, de forma insistente.
Tanto bicou que conseguiu fazer um pequeno furo, uma portinha de entrada para sua residência de inverno, no tronco oco do carvalho.
Arrumou tudo com muito bom gosto. Aliás, estava praticamente tudo arrumado. As paredes eram quentinhas, aconchegantes e havia muitos bichinhos que poderiam alimentá-lo e aos seus filhotes.
– Como estou feliz em ter encontrado esta árvore oca! Ela será a salvação para mim e minha família no frio que se aproxima.
Pouco tempo depois, um esquilo aproximou-se e ficou correndo pelo tronco envelhecido, até achar um buraco redondo, que seria a janelinha da sua casa.
Forrou por dentro com musgo e arrumou pilhas e pilhas de nozes que o deveriam alimentar durante toda a estação de ventos gelados.
– Como estou agradecido, falou o esquilo, por ter encontrado esta árvore oca.
O carvalho passou a sentir umas coisas estranhas. As asas dos passarinhos roçando em sua intimidade, o coração alegre do esquilo, suas patas miúdas apalpando o tronco diariamente fizeram com que a árvore se sentisse feliz.
Seus ramos passaram a cantar felicidade. Quando chegou a época das chuvas, deixou-se molhar, permitindo que as gotas escorressem por seus galhos, lentamente. Aceitou a neve que a envolveu em seu manto por muitas semanas, agradeceu os raios do sol e a luz das estrelas.
Tudo era motivo de felicidade. A velha árvore redescobrira a alegria de servir.
***
Ninguém há que nada possua para dar. Ninguém existe que não possa fazer algo a benefício do seu irmão. Um sorriso, uma prece, um gesto, um abraço, um agasalho, um pão.
Há tanto que se fazer na terra. Existem tantos aguardando a cota do nosso gesto de ternura. Ninguém é inútil ou desprezível. Cabe- nos redescobrir a riqueza que em nós existe e distribui-la a quem dela necessite ou espere.
Se nos sentirmos solitários, em meio às dificuldades que nos alcancem, aprendamos a estender sorrisos nos caminhos por onde passarmos.
Antes de nos amargurarmos e cobrar gestos de carinho de amigos e parentes, antecipemo-nos e doemos a nossa cota de amor, ainda hoje, permitindo-nos usufruir a alegria de dar e dar-se.
Fonte: O Livro das Virtudes II –

quinta-feira, 6 de abril de 2017

MILTON NASCIMENTO E DANI BLACK


Linda canção...Linda letra.. 




Ouça a música no Link:

https://www.youtube.com/watch?v=mc1ANOYexlI

Eu sou maior do que era antes Estou melhor do que era ontem Eu sou filho do mistério e do silêncio Somente o tempo vai me revelar quem sou As cores mudam As mudas crescem Quando se desnudam Quando não se esquecem Daquelas dores que deixamos para trás Sem saber que aquele choro valia ouro Estamos existindo entre mistérios e silêncios Evoluindo a cada lua a cada sol Se era certo ou se errei Se sou súdito se sou rei Somente atento à voz do tempo saberei

quarta-feira, 5 de abril de 2017

MENTE DESPERTA







"A coisa mais estranha a respeito da mente é que se você se torna um observador, ela começa a desaparecer. Da mesma forma como a luz dispersa a escuridão, a vigilância dispersa a mente, seus pensamentos e toda a sua parafernália.
Assim, meditação é simplesmente vigilância, consciência. E isso revela - e nada tem a ver com inventar. Ela nada inventa, mas simplesmente descobre aquilo que já está presente.
E o que está presente? Você entra e encontra um vazio infinito, tão imensamente belo, silencioso, repleto de luz, perfumado... você entrou no reino de Deus.
Em minhas palavras você entrou na divindade.
E uma vez nesse espaço, você se revela uma pessoa totalmente nova, um novo ser humano.
Agora você tem sua face original. Todas as máscaras desaparecem.
Você viverá no mesmo mundo, mas não da mesma maneira.
Estará entre as mesmas pessoas, mas não com a mesma atitude e a mesma abordagem.
Você viverá como o lótus: na água, porém absolutamente não tocado por ela.
Religião é a descoberta desta flor-de-lótus dentro de você.
(OSHO)

ORAÇÃO DO MILHO-CORA CORALINA









Senhor, nada valho.

Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das
lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso,
nasce e cresce na terra descuidada.
Ponho folhas e haste, e se me ajudardes, Senhor,
mesmo planta de acaso, solitária,
dou espigas e devolvo em muitos grãos
o grão perdido inicial, salvo por milagre,
que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo
e de mim não se faz o pão alvo universal.
O Justo não me consagrou Pão de Vida, nem
lugar me foi dado nos altares.
Sou apenas o alimento forte e substancial dos que
trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.
Sou de origem obscura e de ascendência pobre,
alimento de rústicos e animais do jugo.
Quando os deuses da Hélade corriam pelos bosques,
coroados de rosas e de espigas,
quando os hebreus iam em longas caravanas
buscar na terra do Egito o trigo dos faraós,
quando Rute respigava cantando nas searas de Booz
e Jesus abençoava os trigais maduros,
eu era apenas o bró nativo das tabas ameríndias.
Fui o angu pesado e constante do escravo na exaustão
do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante.
Sou a farinha econômica do proletário.
Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam
a vida em terra estranha.
Alimento de porcos e do triste mu de carga.
O que me planta não levanta comércio, nem avantaja
dinheiro.
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos
paióis.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado.
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que
amanhece.
Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta dos seus        

ninhos.
Sou a pobreza vegetal agradecida a Vós, Senhor,
que me fizestes necessário e humilde.
Sou o milho.
Cora Coralina-Oração do Milho

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