quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Além da Crença-Krishnamurti


Nós percebemos que a vida é feia, dolorosa, sofrida; queremos algum tipo de teoria, algum tipo de especulação ou satisfação, algum tipo de doutrina, que explicará tudo isto, e assim ficamos presos na explicação, nas palavras, em teorias, e gradualmente, as crenças ficam mais profundamente enraizadas e inabaláveis porque por trás dessas crenças, por trás desses dogmas, existe sempre o medo do desconhecido. 
Mas nós nunca olhamos para esse medo, nós nos afastamos dele. Quanto mais fortes as crenças, mais fortes os dogmas. 
E quando examinamos estas crenças, a cristã, a hindu, a budista, descobrimos que elas dividem as pessoas. 
Cada dogma, cada crença tem uma série de rituais, uma série de compulsões que ligam o homem e separam o homem. 
Assim, nós começamos com uma investigação para descobrir o que é verdade, qual é a significação desta miséria, desta luta, desta dor e somos logo pegos em crenças, rituais, teorias. 
Crença é corrupção porque, por trás da crença e da moralidade espreita a mente, o ego ficando grande, poderoso e forte. 
Consideramos a crença em Deus, a crença em alguma coisa, como religião. Consideramos que crer é ser religioso. Compreende? Se você não crê, será considerado ateu, será condenado pela sociedade. 
Uma sociedade condenará aqueles que creem em Deus, e outra sociedade condenará os que não creem. 
São ambos o mesmo. Assim, religião se tornou uma questão de crença e a crença atua e tem uma influência correspondente sobre a mente; a mente então nunca pode ser livre. 
Mas só em liberdade você pode descobrir o que é verdadeiro, o que é Deus, não através de alguma crença, porque sua própria crença projeta o que você pensa que Deus deva ser, o que você pensa que seja verdadeiro.
(J. Krishnamurti, The Book of Life)

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Oração de São Francisco Toca os Corações


ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Carta a São Paulo -Carlos Vereza -

Carta de São Paulo a Coríntios

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. 
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. 
E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. 
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, 
não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; 
não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; 
tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 
O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; 
porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; 
mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. 
Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 
Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido. 
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.

Poema Metade-Oswaldo Montenegro


terça-feira, 27 de setembro de 2016

Poema em Linha Reta-Fernando Pessoa

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado
[sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida…
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza

terça-feira, 21 de junho de 2016

Grande Eduardo Galeano



Eduardo Galeano

Eduardo Galeano (1940-2015) foi escritor e jornalista uruguaio. É o autor da obra-prima, "As Veias Abertas da América Latina".
Eduardo Hugles Galeano nasceu em Montevideo, capital do Uruguai, no dia 03 de setembro de 1940. Com 14 anos de idade vendeu sua primeira charge política. Trabalhou como pintor de letreiros, datilógrafo e caixa de banco. Iniciou sua carreira de jornalista no final dos anos 60, como chefe de redação do semanário “Mancha”. Foi editor do jornal Época.
Em 1971, escreveu sua obra prima “As Veias Abertas da América Latina”. Em 1973, com o golpe militar no Uruguai, Galeano é preso e se exila na Argentina, onde lançou ”A Crisis” uma revista sobre cultura. Em 1976, com o golpe militar do general Jorge Videla, Galeano se exila na Espanha. Nessa época inicia a trilogia “Memórias do Fogo”. Em 1985, com a redemocratização do Uruguai, Galeno retornou para Montevideo.










Fonte de Pesquisa

http://pensador.uol.com.br/


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